O Riacho

Deuses do olimpo, não me resta perguntas sobre esse local, só de ver o Riacho tive certeza de que é o melhor lugar em todo mundo. Calmo e tranquilo, belo e sereno, o barulho da água e som de passarinhos, resolvi que era uma boa me refrescar um pouco, tirei a camisa laranja do acampamento e entrei, a água gelada me tocando o corpo era refrescante. Precisava disso a algum tempo, mergulhei com vontade e vi algumas Náiades no local, elas sorriram e eu acenei, voltei rapidamente a superfície e fiquei observando o céu estrelado. Como era bom estar ali, o cabelo negro colado no rosto, a respiração leve e a lua refletindo no olhar.

Após mais um dia entediante e sem ter muito que fazer, decidi dar uma volta pelo riacho do acampamento. Eu não gostava da sensação de prisão que tinha naquele lugar e a minha nova família ainda não me parecia ser o suficiente para querer ficar ali. Todos ali me pareciam chatos demais ou certinhos demais ou simplesmente cheios de si. Ninguém aparentava fraquezas reais, e caso alguém as tivesse, sabiam escondê-las com certa maestria. Isso me soava tão falso, que não conseguia me aproximar de ninguém de fato.

Observava o céu estrelado, com as mãos no bolso, relembrando minhas aventuras pelas ruas de Austin. Abri um sorriso de canto, saudosa de meus amigos com quem provavelmente nunca mais teria contato, enquanto inspirava pesadamente o ar pelas narinas. Escutei uma voz feminina cantar Yellow e direcionei meu olhar para sua direção. A garota em questão parecia estar tentando se acalmar e havia certa fragilidade em sua voz. Uma fragilidade com a qual me identificava. Aproximei-me lentamente da garota e sentei ao seu lado, até então em silêncio.

-Esse lugar é deprimente, não acha? – fitei-a em cumplicidade – Sou Sophie, prazer. – entendi minha mão esquerda para a garota.