Fronteira Norte

Fronteira Norte: Montanha do Sussurro

Olhos abertos!

Noite 1

Essa é a primeira noite em que o sistema de Vigilância se iniciou no Acampamento Meio-Sangue. Um semideus foi escolhido aleatoriamente entre os registros para manterem a paz noturna, já que a barreira não era confiável e as incursões inimigas eram cada vez maiores. Junto ao semideus alguns outros menos experientes foram incumbidos de auxiliar para uma emergência maior que poderia ou não vir a acontecer. A Fronteira Norte foi construída aos pés da Montanha do Sussurro que fica atrás do acampamento. Suas passagens foram feitas por entre as pedras da montanha e é a Fronteira mais fria de todas. Dura, propicia uma boa proteção para a retaguarda Semideusa mas também esconde o perigo que vem na parte escura. Apenas leões avançam por essa savana e o que pode parecer seguro talvez não seja tão seguro assim.  

Lá estava eu, caminhando por entre as trevas noturnas que dominavam aquela região esquecida do acampamento. Um local tão obscuro e tenebroso que afastaria aqueles filhos de Apolo molengas facilmente. Mantive a espada em minha mão o tempo todo, fui instruído a não deixar-me enganar pelas sombras e jamais abaixar a guarda. Aquela era a chance perfeita de mostrar para minha mãe do que seus filhos eram capazes.

Parei ao lado direito da entrada, já fora do acampamento. Em minha frente estava o que poderia ou não se tornar um campo de batalha. Um vale envolvido por névoa e perigos desconhecidos. Me sentei no chão mesmo, onde era mais confortável. A noite seria longa e fria. Deixei a espada ao lado e coloquei minhas mãos nos bolsos do casaco que estava fechado até o pescoço. Minha respiração condensava-se no ar gélido, meus olhos sequer se desprendiam do meu objetivo, a passagem para o acampamento.

Itens:

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Olhos abertos!

Os seis campistas menos poderosos seguiram Rafael pelo tenebroso caminho que levava até o Rastejas do Viajante, uma area extensa, construída na encosta da Montanha que dava espaço para se moverem com facilidade como precisassem disso. Dois filhos de Apolo, um filho de Hefesto, uma filha de Afrodite e dois filhos de Ares acompanhavam o de Macária na torturante missão. A noite se estendeu por algumas horas onde nada de diferente aconteceu, todos estavam tranquilos e relxados, aparentemente nada demais aconteceria.... Isso era realmente patético, claro que não seria assim.. não AQUELA noite.

Uma pedra pequena caiu do céu no centro do lugar, poderia ser alguma coisa? Algum sinal? Bastaria aguardar para ver se seria investigado.. será que isso seria averiguado? 

Entrei em um estado de atenção total, nenhum barulho ou movimentação em horas. Era bom, por um lado, talvez não houvesse nada naquela noite. Voltei a me arrumar, mudando de posição. Os demais semideuses haviam se amontoado no outro lado, estavam juntos. Cravei a espada na minha frente e fechei os olhos brevemente. Por pouco segundos nada aconteceu, até que um eco reverberou pelo ambiente.

Algo havia caído logo adiante. Levantei em um único salto, tirando a espada da terra e tomando posição. Os demais semideuses fizeram o mesmo, logo estávamos todos em pé, diante a entrada que levava ao acampamento. Meus olhos tornaram-se mais poderosos, minha visão era mais clara e transpunha toda a escuridão do ambiente. Minha audição ficou mais aguçada, minha atenção redobrou. Olhei para os filhos de Ares e fiz um sinal para que fossem verificar. Ambos caminharam cautelosamente na direção de onde viera o ruído, dei alguns passos logo em seguida, seguindo-os a uma distância relativamente segura.

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Poderes Passivos:

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Os filhos de Ares seguiram pela fileira rochosa alguns bons metros a frente de Rafael. Naquela distância o filho de Macária ficaria imune a ataques que viessem da frente mas não de cima ou debaixo (?). Eles entraram em um fio plano, onde não havia nada para se segurar e tinham apenas 1 metro e meio de espaço entre as paredes rochosas e a queda do penhasco, o vento seguia soprando forte e gélido e os ecos da noite começaram a confundir a audição apurada de Rafael, eram muitos barulhos entre ratos, aves e outros seres que se moviam mais a frente, apurar a audição tinha essa fraqueza. Contudo, graças a ela foi possível ouvir o ruído de um salto e ver uma sombra grotesca cair sobre os filhos de Ares e então uma vertigem tomou conta do filho de Macária.

Um Gigante Montanhês caiu sobre os filhos de Ares, gritando em uma altura ensurdecedora, que foi amplamente perigosa a Rafael, isso causou sua vertigem. Seu olhar conseguiu por momento ver os dois corpos serem seguros e lançados encosta abaixo, ambos morreram em um único movimento e agora o gigante seguia lentamente em sua direção já que o espaço era curto e ele precisava se equilibrar para andar até lá. Cabe a Rafael e os outros protegerem o Rastejar dos Viajantes, por que se perdessem aquela area com certeza perderiam o acampamento.

Tudo aconteceu rápido demais. Os sons, a sombra e a queda dos garotos. Não tive tempo de reagir corretamente, apenas voltei correndo pela encosta, precisava ganhar tempo e arrumar um bom espaço para a batalha. Minha audição voltou ao normal, com minha visão conseguia seguir o caminho sem errar ou tropeçar. Lembrei então de uma coisa útil naquele momento.

Embainhei a espada, ao mesmo tempo que meu braço esquerdo ficou coberto pelo Punho do Dragão. Minha energia foi canalizada pelo item então disparada na forma de uma esfera assim que a apontei para a perna direita da criatura. Pensei que em tão pouco espaço uma perda de equilíbrio de algo tão grande poderia funcionar. Não fiquei para ter certeza, apenas me voltei na direção da entrada e continuei correndo.

Observações:

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Rafael usou de boa estratégia, mas nenhum ataque daquela estrutura seria feito sem pensar. Troll Montanhês são especialistas em Montanhas e suas constituições. O ataque poderia ser muito efetivo mas o Gigante de massa animalesca saltou da Montanha, agarrando-se a um pedaço da mesma para não cair e assim começou a escalar velozmente, por baixo, até a parte onde o espaço ficou maior e ele conseguiu subir.

Rafael estava junto aos semideuses e ouviu novamente seu urro, quando o animal apareceu a vinte metros, ofegante, com raiva expressa em seu olhar. Não demorou para que partisse novamente ao ataque, buscando cobrir o espaço entre eles e acabar com aquela pequena resistência.

- UUUAUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Consegui alcançar o restante do grupo, foi tempo suficiente para fazer a luva voltar a sua forma de bracelete e sacar a espada novamente. Agora estávamos frente a frente com a fera. Minha espada logo assumiu a forma de foi, entrei na posição de combate. Os semideuses se preparavam como podiam, pareciam tentar não voltar atrás.

- Foquem nas pernas dele, se deixa-lo incapaz de se mover podemos acabar com isso logo – falei e voltei-me para a filha de Afrodite – Avise Quiron.

Quando dei conta ele estava próximo, era agora ou nunca. Respirei fundo e deixei de me conter. Uma véu negro cobriu os olhos da criatura, rapidamente tomei impulso e saltei em um ângulo pouco afastado do monstro, estiquei a foice na lateral, de forma que a ponta ainda mantivesse-se em sua direção e girei. O objetivo óbvio era atingi-lo na cabeça, mesmo com poucas chances, precisava acreditar que daria certo.

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Poderes Ativos:

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Os movimentos de Rafael eram precisos e sua estratégia tinha tudo para dar certo.. a não ser por um motivo. A filha de Afrodite demorou demais para se mover, estava em choque pelo que tinha visto acontecer e deparar-se com a morte diante de seus olhos, os filhos de Apolo fizeram o que tinham que fazer e atiraram flechas nos membros inferiores do monstro que não pareceu se abalar e continuava a seguir em frente. Antes que Rafael partisse para seu movimento uma flecha transpassou um dos olhos do Gigante o fazendo cambalear para trás e grunir de dor. O movimento do Filho de Macária teria sido super efetivo, mas teve um problema....

Ele não levou a sério a altura do gigante, um salto de dois metros não faria se aproximar da cabeça do monstro, mas efetuou um corte profundo na barriga do monstro que agora recuou, com uma das mãos nos olhos e a outra na ferida, urrando de dor, mas dando tempo para que pensassem em algo com rapidez.

Uma falha, isso definia o meu golpe. A criatura era mais alta do que eu conseguiria saltar, o golpe atingiu muito abaixo do esperado. Olhei na direção do monstro, uma flecha estava em seu olho. Meu poder logo perderia o efeito e a criatura, mesmo caolho, o gigante estava sob controle.

Girei a foice e a segurei com as duas mãos. Não me contive e avancei em sua direção em zig zag. Saltei novamente, sem usar habilidade alguma, golpeei o mais alto que consegui e ao voltar para o chão rolei para o mais longe possível. Voltei a ficar de frente para a criatura, buscando ver meus resultados.

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O Gigante estava parado frente aos campistas e grunhiu de dor pelo corte da barriga e a flechada no olho esquerdo. Todos vocês sentiam um medo incomum ao ouvir aquilo, era como um animal grotesco avisando que viria com tudo em alguns instantes, mas vocês agiram. Um dos filhos de Apolo disparou uma flecha no tendão do monstro, o que o fez recuar mais e Rafael avançou contra o burro animal girando sua foice e cortando sua...

Cabeça! A cabeça do gigante girou no ar após a firme investida, fazendo com que o corpo caísse inerte no chão, decapitado e causando confusão até mesmo no atacante. O gigante era enorme, com quase quatro metros e sua cabeça caiu? Foi então que de trás do monstro se ergueu um dos filhos de Ares, com um braço quebrado e várias escoriações, empunhando sua espada com a mão boa e sorrindo para os restantes. Ele havia cortado os tendões do monstro o forçando a tombar enquanto Rafael no giro conseguiu fazer aquela linda cena brutal acontecer. Então eles se juntaram.  

A cabeça do monstro caiu, por incrível que pareça aquilo não era o resultado mais esperado. Assim que o corpo do monstro foi ao chão consegui avistar a figura de um dos filhos de Ares logo a diante, o responsável por aquela façanha. Imediatamente corri até o  garoto, mantendo a foice pronta.

- Formação - ordenei enquanto protegia o filho de Ares - Filhos de Apolo, forneçam atendimento imediato - disse ao apontar para o garoto em péssimo estado.

Fitei os restos do monstro, seus olhos estavam vidrados, a expressão de surpresa mantinha-se em sua face. Os filhos de Apolo começaram a atender o semideus, o filho de Hefesto carregava um grande machado e mantinha a guarda. Caminhei até a poça de sangue onde o monstro estava caído, algo me atraía até lá. Toquei o líquido viscoso com a ponta dos meus dedos, o cheiro do sangue da criatura era bizarro, mas totalmente diferente do que eu já havia visto.

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Tudo entrou em uma paz inesperada. O único barulho ouvido foi o do vento soprando entre os lindos picos que cercavam o local. A noite já entrada em sua parte final, devia ser quase 03:30 da manhã e todos estavam quietos, se recuperando daquele tremendo susto. Após tocar o sangue do Gigante Rafael sentiu um fendar em seus dedos e a poça foi toda sugada para dentro de seu corpo, e com isso uma força sem igual reforçou o semideus que sentia ser capaz de qualquer coisa, sua força explodia no interior pronta para ser liberada. De todos ali a que tinha maior problema era a filha de Afrodite que estava em choque, olhando vidrada para a escuridão e sussurrando coisas muito baixas, como se estivesse pirando. Não demorou até que ela gritasse sem parar:

- VAMOS MORRREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEER!

E desmaiou. Todos arregalaram os olhos com aquele susto imediato e o filho de Hefesto, que não deu bola para a semideusa desacordada, apontou para o pico sussurrando com a voz rouca:

- Chefe, olha aquilo...  

E de TODAS as montanhas surgiram figuras negras apoiadas nos quatro membros, não possuíam olhos ou pelos.. apenas duas fendas onde estariam os narizes e a abertura com dentes afiadíssimos e grandes. Se moviam com uma velocidade sem igual e avançaram para a passagem sem receio. o barulho de suas unhas grandes e perigosas eram ensurdecedores ao arranhar as rochas montanhosas, logo estariam lá e você deveria tomar a decisão do que fazer. O hálito de todas elas urrando junto fez os cabelos irem para trás enquanto um cheiro de carne pútrida dominou o ar.. era o cheiro da morte.

As criaturas avançaram em uma velocidade tremenda. Os semideuses recuaram, dei um passo atrás. Era uma quantidade absurda, monstros por todos os lados, feras que eu desconhecia. Minha foice tomou a forma de espada, a qual guardei na bainha. O chão tremia aos passos do exército que vinha ao nosso encontro. O cheiro do ar era pútrido, o som das garras contra o solo era agonizante.

Meus braceletes se transformaram nas luvas que mais pareciam patas de dragão. Tínhamos pouco tempo, minha decisão poderia decidir o destino do acampamento. Voltei-me na direção dos semideuses, amedrontados pela quantidade de monstros, sem saber como reagir.

- Guardem a entrada - falei olhando para cada um deles - Não deixem nada passar, morram se for preciso. Estão aqui por algum motivo, esse é o destino de vocês.

Novamente fiquei frente a frente com os monstros que estavam cada vez mais próximos. Fechei os olhos: "Se você está aí, agora é a hora, pegue seu pagamento e me dê o poder em troca". Senti agulhas penetrarem meu braço esquerdo, estava feito. A energia emanou do objeto e se moldou ao meu corpo, como uma armadura de pura energia, vermelha como o sangue. Estava pronto, que viessem as criaturas.

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Os semideuses postaram-se na entrada, mas em ordens diferentes. A filha de Afrodite estava sobre os braços do de Apolo mais novo. O filho de Hefesto postou-se frente aos dois e sua pose aliada ao seu tamanho tornavam-o um adversário formidável, só daquela posição era possível ver que ele não carregava um machado e sim uma grande marreta de aço. O filho de Apolo mais velho, Tyran, posicionou o arco e lançou uma flecha em um dos monstros que mesmo após ser acertado continuou a correr na direção nos campistas até que alcançaram uma boia distância e saltaram para cima dos garotos.. no ar, cerca de trinta monstros pairavam caindo aos poucos sobre o Rastejar do Viajante, cobrindo a distância que os separava de seus algozes e lançando-se para o ataque.  

Mantive a posição e as duas luvas prontas para o ataque. Seria um combate interessante e sem igual. Não havia tempo e nem motivos para ninguém ali se segurar. A batalha sangrenta definiria se eramos ou não dignos do título de Heróis. as criaturas diminuíram a distância que nos separava mais rápido do que eu esperava. Apenas pensei na Si e na Ros, esvaziei minha mente e ataque. Minha armadura se remodelou, com seu exterior agora repleto de pontas e espigões saltei na direção das criaturas.

As garras cortavam o ar a cada golpe. Meu socos estouravam contra suas peles.Não foquei nos resultados, apenas ataquei. Evitaria que chegassem na entrada. A energia da armadura, vez ou outra estendia seus espinhos até seu alcance limite enquanto eu lutava contra outros monstros.

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Priamo avançou sobre os monstros, sua grandiosa marreta evitou que os primeiros monstros chegassem próximos a Rafael e as flechas do filho de Apolo atrasavam alguns dos atacantes, um dos socos dado por Rafael mandou o monstro contra uma série de inimigos, os fazendo cair juntos e serem esmagados pela marreta do filho de Hefesto. Aparentemente tudo estava sobre controle, a não ser pelo ácido que espirou em abundância dos Corpos e quase acertou o brutamontes que foi rápido o bastante para pular antes de ser atingido..

- Eles viram ácido quando Morrem!!!

Rafael olhou para o lado, sua armadura estava agindo com ose tivesse vontade própria e afastando alguns dos monstros sem perfura-los, foi quando por necessidade ela transpassou dois monstros que vinham de cima, um se desfez em ácido mas o outro não.. e ambos foram feridos no mesmo lugar.. por que será?

Em meio a dúvida o filho de Macária via os dois filhos de Apolo disparando nos monstros, tentando mata-los mas não gastando menos do que três flechas bem atiradas, estava difícil e mais inimigos vinham chegando.... 

Continuei em movimento, atacando sem hesitar, arremessando cada criatura para o mais longe possível. A descoberta sobre o ácido nos deixou mais cautelosos, mas algo estava fugindo do padrão. Eu ainda não tinha certeza do que, não havia tempo para pensar naquilo. Continuei com os socos, mantive o ritmo enquanto conseguia. A energia da armadura continuava se moldando sozinha, golpeando o que se aproximasse por fora do meu campo de visão.

Recuei um pouco para ver o dano causado, ainda não era suficiente. O número de monstros não diminuía em quantidade considerável, se é que havia uma diminuição. A armadura começou a moldar tentáculos que penetravam a terra e atingiam as criaturas por baixo sempre que estava no alcance. O que passava era alvo dos meus punhos e das garras. Era preciso achar uma solução imediata.

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A cena era caótica, de uma visão impressionante e Moros, que observava tudo do topo de uma das Montanhas sorriu com tudo aquilo. Eram núcleos de combate, os irmãos do Sol que atiravam suas flechas como podiam, mas seu estoque estava no fim, o filho de Hefesto já acumulava queimaduras por todo o corpo de Ácido que saía enquanto os monstros eram mortos aos montes e Rafael era um caso a parte.

A energia cobria sua retaguarda e de certa forma o rapaz parecia querer morrer. Isso fazia o Deus do Destino ficar ainda mais feliz, aquilo era divertido, ver um mortal com aquela vontade de gastar sua vida. A Energia que o guardava vacilou em um momento e Rafael sentiu queimar um pouco suas costas... A energia foi aberta pelo ácido que escorreu, estava sendo desgastada, só ai ele notou que até as do seu punho estava gasta, não aguentaria por muito tempo e as hordas não paravam, erma mais de trezentos corpos de monstros destruídos e ainda apareciam mais e mais, saltando aos montes, quem ordenou aquele ataque não queria jogar errado e investiu tudo naquela ação. 

Eu tonha certeza, não haviam limites naquela batalha. As ideias surgiam uma após a outra, todas terminavam da mesma forma. Minhas opções eram limitadas, porém, o pouco tempo que restava para minha armadura forçava minhas táticas a penderem para o lado mais louco possível. Se eu sobreviveria, não sei, mas tentaria ao máximo.

Deixei minha aura se manifestar, cobrindo e tentando reparar qualquer dano sobre mim ao mesmo tempo que tentava repelir as criaturas ao redor. Voltei até os demais semideuses, afastando as criaturas ao máximo.

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Os monstros recuaram por um instante, a energia que Rafael emanou fez com que eles recuassem um pouco, mas logo voltaram aos poucos a atacar. As criaturas eram densas demais e estavam petrificadas apenas aguardando aquela sensação passar para voltarem ao ataque escruciante.. foi quando uma voz soou aos ouvidos de Rafael, com gentileza, uma voz masculina que o fez sentir até um choque na espinha, um choque bom:

" Pense no que te é importante.... sentira uma energia condensar.. a foque no punho e libere com um murro no solo."

E então o silência. As criaturas ainda estavam paradas e seus olhos viram o sofrimento dos outros semideuses. Priamo, todo queimado, respirava de forma cansada e os irmãos do sol derramavam algumas lágrimas, talvez com medo de morrer, talvez de felicidade por estarem juntos. Logo as criaturas voltariam.

A voz me fez perder o foco momentaneamente. Aquilo tudo estava tão confuso, que eu já não descartava opção alguma. Fiz o que foi pedido, enquanto a armadura arremessava os monstros que ousavam se aproximar, meus pensamentos estavam em outra coisa. Fechei os olhos e tentei lembrar de tudo o que me importava. A primeira coisa foi a Si, o rosto dela sorrindo surgiu em meus pensamentos, tão linda. Aos poucos mais foi se agregando, Ros, meus amigos. Tudo o que realmente me fazia feliz estava lá. Foquei então no tosto da minha mãe, senti a tal energia se acumulando e então a liberei com um soco no chão.

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Rafael seguiu a orientação da voz que lhe guiava para algo que ele desconhecia. Sua respiração ficou pausada e então as criaturas se soltaram. Eles vinham com muita pressa e raiva, estavam prontas para matar a todos. Algumas saltaram.. outras corriam, A lua foi coberta pelas criaturas e Priamo estufou o peito pronto para a morte certa. Todos lentamente viram a energia dourada percorrer o corpo de Rafael e se acumular em sua mão após a energia da luva e a própria luva sumirem.

Quando as criaturas estavam a alguns milímetros dele ele se abaixou e socou o chão, liberando a energia. Um som ensurdecedor foi escrito e então do corpo dele uma grandiosa esfera dourada cresceu e se expandiu, eliminando de uma vez todas as criaturas que estavam sobre o Rastejar do Viajante. Os corpos evaporaram, tudo que era sombrio foi eliminado. Quando abriu os olhos o filho de Macária pode ver seus amigos curados, e as criaturas arrasadas, mas nas montanhas mais hordas vinham em sua direção e pelo que parecia esse ataque fazia Rafael ficar desgastado, mas até o momento todos estavam vivos... no momento.

Respirei fundo, pronto para encarar o que estava por vir. O breve alívio da situação serviu para, pelo menos, dar a chance de salvar alguém. Olhei para meus companheiros e sorri, mesmo estando naquela situação.

- Vão, corram para o acampamento. Vou atrasar eles - olhei de novo para frente e depois para minhas mãos. Trazer as luvas de volta não seria um problema, mas fazer a energia se manifestar poderia me matar. Eu não tinha outra opção, aparentemente. Minhas estratégias culminaram naquilo, só restava uma única coisa em meu arsenal.

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Olhos abertos!

Os monstros vinham aos montes e não precisaram de mais do que alguns segundos para beirarem o Local, voltando a saltar, invadindo por baixo, por cima e pelo ar em uma grande Nuvem que voltou a escurecer o local onde os outros Semideuses fugiam, protegidos pelo filho de Macária.