Nanda and Ethan {Treino Em Dupla}

Food War

- Então Nanda, esse é o Ethan. Ethan, essa é a Nanda. – Thomas nos apresentou um ao outro, enquanto eu, envergonhada, procurava desesperadamente por um lenço, um papel toalha ou qualquer coisa capaz de limpar. Eu simplesmente havia feito o favor de derramar todo o meu almoço em cima do rapaz recém conhecido, o moreno a minha frente estava sujo de molho à bolonhesa e macarrão. Suspirei tristonha, lá se ia a única coisa próxima a carne que eu havia arranjado, meu querido molho à bolonhesa...

Thomas mantinha um sorriso divertido em seus lábios, o maldito do meu irmão se divertia as custas de meu desespero! Desastrada era meu segundo apelido e não era à toa que eu era chamada assim.

- Olha, me desculpa mesmo. – pedi pela centésima vez ao moreno. – Eu realmente posso te recompensar. Lavar a roupa que eu sujei, comprar outra blusa para você...! – as desculpas jorravam como água de meus lábios, afinal eu não queria que o cara achasse que eu tinha feito aquilo de propósito. E realmente não tinha, a fome que sentia naquele momento era prova verídica de que eu não desperdiçaria comida daquela maneira.

Então, Ethan riu e jogou uma torta em minha cara.

- Guerra de comida!! – exclamou o filho de Poseidon e toneladas de comida voaram pelo pavilhão do refeitório enquanto eu encarava atônita os dois rapazes que riam de minha cara de idiota.


- Cara, eu não acredito que você fez isso. – exclamei em meio a um riso enquanto limpava o chantilly de minha face. – Tipo... Guerra de comida? Se você queria que eu parasse de falar era só pedir. Mas tudo bem. – sorri e estendi a mão para Ethan, aquele velho cumprimento que as pessoas fazem ao conhecer alguém.

- A gente não começou muito bem, enfim, prazer em conhecer. Olha, você parece um campista mais antigo do que eu, que tal eu te recompensar pela camisa num treino em dupla? – o convidei, afinal eu nunca tinha treinado com outra pessoa antes. – O Thom não é nada legal e sempre está ocupado quando chamo ele para treinar, além disso eu não conheço muitas pessoas por aqui. Então...

O moreno riu e assentiu com um movimento afirmativo de cabeça. Marcamos de nos encontrar na arena e então seguimos nossos rumos.


Era por volta de 16 horas quando segui rumo a arena do acampamento. Adentrei o local já conhecido, no entanto vazio devido ao horário. A maioria dos campistas se encontravam trabalhando nos campos ou em suas outras atividades, fora que, também, eu havia ouvido que hoje era dia de inspeção de chalés.

Carregava meu arco em mãos, em minhas costas se encontrava uma aljava com flechas envenenadas e, escondidas em minhas botas de cano longo, estavam Lizz e Patty, minhas adoradas Deseart Eagles. Posicionei-me em frente a um alvo e comecei a praticar minha mira com o arco enquanto aguardava pelo meu companheiro de treino.

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Eu com certeza teria de agradecer várias vezes a Nanda por aquela oportunidade. Uma guerra de comida havia sido o jeito perfeito para me tirar do tédio naquela hora quando ela derrubou o macarrão em mim. Realmente, eu nunca me divertira tanto.

Eu sorria a cada vez que a garota tentava se desculpar minutos depois da guerra ter acabado. Revirava os olhos rindo pelo jeito desesperado dela. Como se estivesse pensando que eu iria me vingar ou algo assim, mas depois da torta na cara, achava que ela não iria pensar que eu era vingativo.

Bom, eu era. Mas não do jeito ruim.


A proposta de treino havia sido ótima. Eu precisava treinar fazia um tempo e estava com preguiça de ir sozinho. Um treino em dupla realmente seria bem melhor e divertido. Então, quando o horário marcado se aproximou, agarrei meus bumerangues e sai do chalé correndo, seguindo rapidamente para a arena onde me encontraria com minha 'cunhada' e mataria algum monstro com ela.

Apenas diversão.

- Hey! - Gritei quando a avistei, indo até ela sem tirar o sorriso do rosto. - Está pronta?

Armas Levadas:

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Training

Ou era muito surda, ou Ethan estava treinando para ser assassino profissional. Afinal, eu não havia percebido a chegada do rapaz na arena. Estava concentrada naquele tiro, seria o décimo e desta vez eu tinha certeza de que acertaria o centro do alvo.

- Hey! – a voz grossa e masculina do rapaz ecoou pela arena. Virei de repente e sem aviso prévio a flecha voou na direção do rapaz, foi questão de milímetros ela ter passado raspando sobre a cabeça dele. – Está pronta?

- Cara, que susto. Quer me matar? – suspirei aliviada e me dirigi até o alvo para pegar minhas flechas e recoloca-las dentro de minha aljava. – Sim, vamos. Contra qual monstro iremos lutar? – questionei agachando para apanhar a última flecha que faltava. Mal me levantei e uma risada maligna ecoou pela arena. Armei meu arco e olhei ao redor.

- Você ouviu uma risada...? - murmurei voltando meu olhar para Ethan. Foi então que eu a vi. Os cabelos negros como carvão, os olhos verdes cor de sepente, os lábios canudos e escamosos. Eu tinha que concordar, era uma mulher belíssima, no entanto, ao invés de pernas ela possuía uma cauda escamosa típica de cobra. Era uma dracaena, pior ainda era uma dracaena armada até os punhos. No momento ela portava um arco e uma rede metálica, mas em suas cintura eu podia ver que ela viera preparada, uma espada estava embainhada ali.


Ela sorriu sagaz e lançou a rede em nossa direção, sem pensar pulei sobre Ethan fazendo com que rolássemos pela arena, saindo da mira da rede de metal.

- Uma dracaena!! -  Exclamei me levantando e armando meu arco com uma flecha, ao mesmo tempo a mulher cobra imitava minha ação. - E ela está armada! - arregalei o olhos, alarmada. Mesmo que eu atirasse, não daria tempo de impedir que ela lançasse a flecha. Ainda sim, me arrisquei e abri um pouco o espaço entre os dedos indicador e médio, deixando que o projétil voasse para fora da corda, para longe de mim, na direção do alvo. Ao mesmo tempo, a cobra lançou a dela.

A flecha dela, impressionantemente, não veio em minha direção. No entanto, percebi tarde demais, ela havia mirado no moreno ao meu lado.
Enquanto isso, o projétil de bronze lançado por mim ia em direção a ela que conseguiu desviar por pouco, a flecha pegou apenas de raspão nela.

A mulher-cobra sibilou, superior. Enquanto eu grunhia raivosa e armava meu arco novamente.

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Poderes:

Observação para Ethan:

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Training

Ethan agiu tão rápido quanto eu. Logo após se desviar da flecha lançada pela dracaena, já estava lançando seus bumerangues. Isso era o que eu chamava de instintos semideuses. Uma ação e reação rápidas. Então, era assim que eram os filhos dos três grandes...

Graças aos meus olhos dislexos, pude acompanha atentamente o percurso feito pelas armas de meu companheiro. Infelizmente a mulher cobra conseguiu desviar a primeira investida, apenas um deles a acertou, a lâmina do bumerangue se fincando em seu braço direito. A mulher grunhiu, certamente pela dor de algo afiado em sua pele. Com certa raiva ela retirou a arma e a lançou em nossa direção, consegui desviar mergulhando no chão.

Ao mesmo tempo, o outro par do bumerangue voltou e atingiu a criatura na cabeça com sua parte metálica não afiada e pontuda, voltando para as mãos de Ethan. A dracaena cambaleou zonza e eu aproveitei o momento para atira uma flecha, desta vez mirando em suas mãos no intuito de impedi-la de continuar a nos atacar à distância. Atingi-a em cheio não mão esquerda!

Comemorei sentindo a vitória já próxima, até que vi a dracaena sibalar em resposta.

- Ssssua maldita sssemideusa! Vaquinha do Sssol!!! – exclamou a cobra enquanto eu a encarava indignada! Ela quebrou a ponta afiada da flecha e retirou a madeira que se encontrava encravada em sua mão esquerda. A cada deslizar da madeira com a pele da criatura eu mesma podia sentia a dor que ela estava sentindo.

Fiz uma careta enquanto assistia a nossa inimiga desembainhar, com a mão direita e totalmente boa, sua espada e avançar em nossa direção. O brilho assassino crescendo em seu olhar, enquanto ela rastejava lentamente em nossa direção, como se saboreasse aquele momento.

- Lascou... – engoli em seco enquanto pendurava meu arco na aljava e me apossava de Patty e Lizz, preparando-me para o pior.

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Notas para Ethan:

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Training

- Ótimo! Era tudo o que eu precisava. – respondi ao filho de Poseidon. Um sorriso divertido surgiu em meus lábios, seria a minha deixa. Era a primeira vez que testaria minhas amadas armas de fogo contra algo vivo e que eu poderia matar sem dó ou piedade. Não que eu fosse uma assassina a sangue frio, claro que não. Mas eu não podia deixar de sentir aquele friozinho na barriga, afinal estava preste a saber o potencial de minha arma.

Apontei ambos revólveres na direção da dracaena.

- Tape seus ouvidos. – disse para Ethan e, então disparei. Patty estava sendo mirada na cabeça da dracaena e Lizz no coração. A dracaena percebeu e, por sorte, conseguiu desviar, um dos tiros pegou de raspão em sua orelha direita e o que antes mirava o coração se fincou em sua lateral direita. No instante seguinte a onda sônica veio, mesmo tapando meus ouvidos aquele som estridente me incomodou de uma forma perturbadora. Certamente eu deveria pedir a um de meus irmãos para olhar minha audição.  

Enquanto fazia minha nota mental de sempre usar tapa ouvidos quando fosse usar aquelas armas, vi a dracaena sendo lançada para a esquerda devido a potência da onda sonora. A mulher cobra voou alguns centímetros e então caiu com um baque no chão a uns cinco metros de distância do lugar onde ela anteriormente se encontrava. Ela se remexeu, provavelmente sentindo uma dor alucinante, fora que ela não podia ouvir nada direito. Sua audição devia estar muito perturbada após áquilo.

Então fez-se o silêncio.

- Eu acho que... ela ainda está viva. Provavelmente surda e bastante furiosa. – disse o óbvio apenas para quebrar o silêncio que se fizera. – É... você está bem? Desculpe se te deixei surdo... – murmurei ao rapaz sentindo-me culpada. – Eu acho melhor acabarmos com isso. Quer fazer as honras? – questionei ao filho de Poseidon olhando de modo sugestivo na direção da dracaena.

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