Fronteira Norte

Fronteira Norte: Montanha do Sussurro

Olhos abertos!

Noite 1

Essa é a primeira noite em que o sistema de Vigilância se iniciou no Acampamento Meio-Sangue. Um semideus foi escolhido aleatoriamente entre os registros para manterem a paz noturna, já que a barreira não era confiável e as incursões inimigas eram cada vez maiores. Junto ao semideus alguns outros menos experientes foram incumbidos de auxiliar para uma emergência maior que poderia ou não vir a acontecer. A Fronteira Norte foi construída aos pés da Montanha do Sussurro que fica atrás do acampamento. Suas passagens foram feitas por entre as pedras da montanha e é a Fronteira mais fria de todas. Dura, propicia uma boa proteção para a retaguarda Semideusa mas também esconde o perigo que vem na parte escura. Apenas leões avançam por essa savana e o que pode parecer seguro talvez não seja tão seguro assim.  

As criaturas realmente vieram e saltaram na direção a pequena entrada. Só restava a mim naquele lugar abandonado, mesmo assim, não deixei o medo ou a incerteza tomarem conta de mim. Eu sabia dos riscos, dos prós e contras que minha atitude traria consigo. Mas que escolha eu tinha? Recuara gora não ajudaria em nada, o acampamento seria invadido. Fechei os olhos e mergulhei na parte mais profunda da minha consciência, um local perigoso até para mim.

"Ouça" comecei a dizer ao meu subconsciente "Desta vez não vou reagir. Éris te colocou aqui por um motivo, então esta é a sua chance. Tome a minha alma, antes que eles tomem o meu corpo".

O chão tremia sob meus pés, o som auto dos monstros indicava sua proximidade. Abris os olhos, mas já não eram como antes, nada em mim era. A luva havia voltado e a energia, antes vermelha agora era escura e massiva. Era impossível ver uma parte do meu corpo sequer. Meus olhos estavam avermelhados, assim como minha visão. Uma vontade imensa de matar me consumia. Esqueci de tudo e de todos.

- Hoje vocês vão saber o que é um demônio - falei antes de estender minha mão e deixar que a nova energia, renovada com um novo sacrifício da minha vitalidade, tomasse forma e atacasse o que tentasse se aproximar.

Itens:

Poderes Passivos:

Fronteira Norte: Montanha do Sussurro

Olhos abertos!

A Energia reverberou por todo o ambiente. Os vampiros gritaram de forma ensurdecedora, que causavam até vertigens. Tinham ordens para atacar e não iriam se conter. Aos montes saltaram para a plataforma e com tamanha agressividade atacou o Semideus que poderia agora, que os monstros estavam a poucos metros, mostrar seu poder total.. ou acabaria sendo devorado pelos monstros que já estavam tão próximos. 

Avancei furiosamente contra a onda de monstros a minha frente. Cada golpe carregado de raiva, essa gerada por essas criaturas, porém, um segundo sentimento surgia, um sentimento de satisfação, eu estava gostando de massacrar aqueles seres. Talvez fosse o espírito da luva, era algo típico dele tentar me levar por um caminho mais sombrio.

Mesmo tendo isso como vantagem, precisava retomar o controle a tempo do "grand finale". Afastei alguns monstros com um soco e saltei utilizando a energia para me dar força e altitude. Remodelei o manto energético na forma de um marte e com um golpe esmaguei tudo que estava abaixo de mim. Fechei os olhos, pensei na Si sorrindo, mas logo a imagem mudou para uma de nossas brigas. Balancei a cabeça tentando afastar aquilo.

- O que pensa que está fazendo? - disse para mim enquanto afastava mais monstros com um chute.

"Não vai se livrar de mim, semideus" disse a voz em minha cabeça, a voz oriunda da luva. Continuei lutando, nunca em um local fixo, a movimentação pelo campo me dava um panorama da situação, ajudava a escolher os alvos. Formei tentáculos e com eles ataquei as criaturas por baixo da terra. Mais uma vez foquei meus pensamentos na Si, mas o espírito os afastava. Eu precisava daquelas memórias, precisava muito.

Os golpes caíam sobre mim, apesar da defesa da armadura, isso me exauria muito. Deixei meus pensamentos bons se acumularem, lutei tanto fisicamente quanto mentalmente. Só precisava de 5 segundos. Em meio a esse desespero, consegui o controle e a energia saiu da minha mão esquerda para dar lugar a uma luz, a mesma de antes. Sorri, enquanto ouvia a voz em minha cabeça gritar. Sem delongas, soquei o chão e liberei todo o meu poder.

Itens:

Bênção Utilizada:

Fronteira Norte: Montanha do Sussurro

Olhos abertos!

Avassalador, brutal, sanguinário, os corpos se desfaziam com o choque dos golpes, espalhando para todos os lados Ácido suficiente para matar um batalhão, centenas pulavam e caíam aos seus pés, Rafael em um estado alucinado subjugava o mal com um mal ainda maior. Seus movimentos fizeram a montanha trincar sutilmente mas o que realmente estava perdendo era sua alma. Uma luta interessante se formava agora em seu interior.... a única luta realmente importante além do modo automático que destruía a tudo e a todos.

Isso era o propósito naquilo tudo, ele entender que foi dado a ele a chance de redenção e que dentro dele uma energia positiva poderia sobrepor a maligna, ele tinha ganhado o Yn.Ao retomar o equilibrio sua visão não alcançou o que estava fazendo, quase todos os monstros já estavam destruídos, mas um ser grandioso com uma pedra avermelhada corria na direção de Rafael, que ao socar o chão fez sua carne transformar-se em pó e todo o vale ser coberto pela energia. Tudo se tornou calmo, todos os cadáveres haviam sumido. O Filho de Macária apagou mas foi seguro por Quíron antes que se chocasse contra o solo.

"F oi uma boa luta pequeno.... foi uma boa luta."

O golpe foi sucedido por um brilho imaculado, só havia luz diante mim. Meus olhos se mantiveram abertos, embora só vissem o branco que não os machucava. Minha respiração se acalmou e a energia, assim como a luva, voltaram a ficar reclusas. Não havia mais nada a enfrentar. Olhei para o horizonte, estava quase amanhecendo, o vale estava limpo, sem corpos ou ácido.

Acabei deixando um sorriso escapar, até que meu corpo ficou todo dormente. Minha consciência estava se esvaindo, desaparecendo. Fechei os olhos e deixei a gravidade fazer seu trabalho. Algo então me segurou, não consegui ver quem era, só ouvi uma voz, aparentemente amigável. Acabei cedendo ao cansaço e então desmaiei completamente.